Eu sabia que iriam levantar esse comentário...mas note-se que falei de "Estados minimos ou inexistentes", mas ainda assim ninguém neste momento pode afirmar que existe um "Estado" na Somália. O que tem existido são "Estados" vizinhos que apoiam o que chamam um "governo" localizado fora da Somália!. E de tal forma é perene que têm existido ameaças de invasão da Somália para combater a auto-soberania das diversas tribos e clãs, mas não concretizadas porque tem sido demonstrada a sua capacidade de se defenderem. E aliás, diga-se, que o único sítio onde sequer tentam controlar - sem êxito - é mesmo a sua capital.
Aliás, a menção de "estabilização" tem mais que ver com a diminuição do conflito por parte de quem tenta impor um "Estado" do que pela derrota daquilo a que podemos chamar de sociedade civil tipicamente (historicamente) "africana". Vamo ver, se existe local no planeta onde a instituição estatista mostra o seu pior é mesmo o terceiro-mundo.
Agora, antes da sociedade civil da Somália ser a primeira na zona, com acesso a GSM, existem à vários anos diversas empresas de telecomunicações a concorrer livremente (anárquicamente?) no..."fixo" (telefones tradicionais)...essse paradigma mesmo nas sociedades ocidentais de monopólios estatistas.
É portanto perece ou mesmo de "wishfull thinking" atribuir as virtudes do desenvolvimento da Somália a qualquer proto-estatismo central. Pelo contrário, dadas as condições daquele território, podemos vislumbrar que a total ausência de regulamentação económica e incapacidade de imposição de um qualquer centro de autoridade legislativa e securitária tem levado o território a prosperar em termos comparativos, que a maior parte dos países vizinhos - para não falar em liberdade objectiva. E já agora, o incidente com o internacionalismo humanitário de Bill Clinton, deu-se porque, mais uma vez, um antigo "apoiado" foi feito "inimigo" (uma mania americana) no meio de uma guerra civil onde as diversas tribos se revoltaram contra a tentativa de imposição de um Estado Central Islâmico...
Podemos especular se o Continente Africano não estaria muito melhor, se os actuais "Estados", que existem quase e só porque são sustentados pelo estatismo ocidental, desaparecessem...ou se atomizassem nas suas partes históricas-culturais-tribais, derrubando os mapas desenhados, forçando a queda de todas as barreiras ao desenvolvimento que as cleptocracias estatistas impõem à população.
Sem comentários:
Enviar um comentário