quarta-feira, 9 de novembro de 2005
Ao CAA: D. João VI, um rei com elevação
No estilo que lhe é característico, CAA respondeu ao meu reparo sobre a sua enésima comparação entre D. João VI e o presidente Sampaio (com enorme desfavor para ambos, sobretudo o primeiro). Desde logo advertiu que não vai dar tréplica por falta de tempo, o que não me inibe de responder-lhe agora (também é um aviso) nem no futuro. Falta de tempo também eu tenho, mas arranjo-o para aquilo que me convém (não retomo agora a revisão, saio meia hora mais tarde).
Não há muito a dizer. Cita Joel Serrão e Oliveira Marques em seu auxílio. Respeito estes historiadores, mas discordo das apreciações citadas e demasiado gerais, pressupondo, como é muito comum, que tudo era obvio e fácil e o monarca só tinha de escolher. Aliás, escolheu várias vezes, e bem. Exemplos? Alinhamento com a Inglaterra perante a invasão da Península, ida da corte para o Rio de Janeiro, apoio à Vilafrancada, reacção à Abrilada, aceitação da independência do Brasil, preparação de uma Carta, apoio aos direitos de D. Pedro em Portugal, etc. Aliás, ao contrário de Oliveira Lima, os historiadores citados estão longe de ser especialistas da época e do tema. E estranho que a tese do "revisionismo" tenha sido abandonada tão facilmente...
O que é curioso, mas não novo, é que CAA recorra a fontes duvidosas (sites sem credibilidade historiográfica nenhuma) para reproduzir anedotas de mau gosto e irrelevantes para discutir as suas próprias alegações de incapacidade do rei. É um gosto pessoal que, tal como a minha "vontade reabilitadora" (segundo CAA), poderá dizer alguma coisa da pessoa que o manifesta.
Finalmente, CAA diz que eu sou ideologicamente motivado. E ele não, presume-se. Isto é para se desacreditar de vez, não, CAA? Com falta de tempo ou não, assim, de facto, não vale muito a pena trocar "ideias". Mas eu sou teimoso. E vou continuar a defender a memória de D. João VI.
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