Irónico, que os tão criticados antigos lideres politicos iranianos tenham perdido em eleições para um presidente não teocrático ainda mais duro.
"TEHRAN (AFP) - A massive purge of regime officials by Iran's new hardline President Mahmoud Ahmadinejad is badly damaging the Islamic republic, his political rival and top official Akbar Hashemi Rafsanjani said.
In his most severe criticism yet of Ahmadinejad, the shock winner of the June presidential election, Rafsanjani said Wednesday that the purging of moderate officials was also making Iran vulnerable on the international scene.
"Today some are calling into question the actions of the past, and are enacting a policy of purges, a policy of general banishment and the sidelining of competent people," said Rafsanjani, a pragmatic conservative and former president."
As consequências de uma política internacional intervencionista pode:
- conseguir pela "pressão" que determinados regimes se "suavizem", ou
- conseguir que os mesmos regimes, até com crescente apoio popular, fiquem eles próprios mais duros e mais fechados a abertura externa e interna
1. Os "statuos-quos" estabelecidos em cada época são perenes (só as visões curtas e ingénuas de quem pensa serem os ciclos de vida das Nações limitados ao ciclo de vida humano podem imaginar ser de outra forma) e não podem, de forma alguma, serem comparados a disputas entre direitos de propriedade. E é por serem perenes que nos devemos preocupar, acima de tudo, em assegurar a continuidade do nosso próprio status-quo como estado-nação e isso requer toda a prudência em não ser engolido nas consequências de cruzadas morais ou disputas de status-quo de terceiros.
2. Intervir/pressionar regimes é um caminho que com facilidade acaba a colocar a população mais do lado de um regime duro pelo efeito patriótico de rejeição de intervencionismo por estrangeiros.
3. A realidade (e não mero wishfull-thinking) parece comprovar que "presença" no Médio Oriente tende a dar um suporte ao extremismo que este nunca conseguiria de outro modo.
4. Frequentemente na história observamos que por um lado se exagera nas consequências de um mau comportamento (invasão do Koweit por Saddam) minimizando por outro que:
* Mesmo quando é bem sucedido, que o invasor não vai enfrentar enormes dificuldades económicas, politicos, logisticos para manter essa decisão (por exemplo: o que teria sido a resistência da população do Koweit, mais a reacção de todos os vizinhos de Saddam, como o próprio Irão, Arábia Saudita, Jordão, etc - Saddam enfrentaria o ostracismo dos vizinhos e mais tensões internas, etc.
* Quando se decide punir esse "mau comportamento", minima-se o facto de ficarmos nós próprios sujeitos às consequências das "unintended consequences" dessa acção (para além dos económicos para os próprios EUA, o Golfo I deu capacidade a Bin Laden - ele próprio um subproduto da campanha afegâ contra a URSS - para reunir apoios, o 11 Setembro por seu lado acaba numa ocupação do Iraque que fez aumentar ainda mais a capacidade terrorista e desagua no Irão como a única potência sem rival na zona e no Iraque com o potencial de desagregação e foco de um qualquer evento espalhar o conflito para a Siria, etc).
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