terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Dos tempos que correm III

Cada vez que vejo Vasco Rato na televisão com aquele ar nervoso ao ouvir umas leves verdades sobre a história de ocupação e intromissão constante do mundo "ocidental" no mundo árabe e persa (e de quem está prestes a carregar num qualquer botão a dizer "ataque") lembro-me do seu ar de quem está convencido da sua impecável moralidade, depois de Powell na ONU, em directo e perante todo o mundo, ter apresentado uma lista de falsidades para justificar uma invasão, ultrapassando a grande velocidade a alegada legítima defesa de Hitler para invadir a Polónia ... Eu suspeito que não se perceba o tipo de precedente que foi criado, se bem que casus belli duvidosos é coisa comum no estatismo democrático (Mexican soldiers "starting it" it the disputed territory, Ft. Sumpter, Remember the Maine!, the Lusitania, Pearl Harbor, the Gulf of Tonkin and Saddam's engraved invitation into Kuwait from US ambassador to Iraq April Glaspie twelve years before)

Entretanto, um dos inspiradores, Richard Perle, apesar de tudo, conserva ainda credibilidade:
MUNICH, Germany, Feb 4 (Reuters) - ... the West should not make the mistake of waiting too long to use military force if Iran comes close to getting an atomic weapon. "If you want to try to wait until the very last minute, you'd better be very confident of your intelligence because if you're not, you won't know when the last minute is," Perle told Reuters on the sidelines of an annual security conference in Munich."And so, ironically, one of the lessons of the inadequate intelligence of Iraq is you'd better be careful how long you choose to wait."

Mas nesta coisa de "esperar", sabemos que poderia ter sido o único caminho a evitar o domínio comunista durante a guerra fria. Bastava a França e Inglaterra terem "esperado" um pouco mais pela sua declaração de guerra, e deixado Hitler combater Estaline, em vez de terem feito de um assassino em massa, um "Aliado". Até porque Hitler tinha a oposição interna (completamente ignorada por Roosevelt e deixada à sua sorte) da aristocracia alemã presente no exército regular (razão porque formou as S.S.), tendo mais tarde lamentado não ter feito como Estaline, que eliminou literalmente todos os vestigios da aristocracia czarista presente no Exército Vermelho através da sua conhecida purga.

Esperar, no caso de "Saddam" teria sido o menos mau dos caminhos. Agora as encruzilhadas são muitas até porque a a cada dia que passsa é o espirito paranóico que prevalece.

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