segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Dos tempos que correm

Curioso estarmos numa época em que se vislumbra um/a certo/a...

* anti-anti-semitismo anti-islâmico
* direita pela revolução (começa agora a ter algumas dúvidas...) e valores abstractos de liberdade
* direita pela concepção limitada de soberania, e onde os problemas territoriais são transformados em disputas ideológicas
* direita com limitado respeito pelas tradições dos outros

e alguma esquerda num o outro ponto a chamar à razão este novo iluminismo.

PS: sem confirmar, ouvi dizer que o autor dos cartoons é alguém que por norma se tem dedicado a um afrontamento anti-islâmico sistemático, tendo agora conseguido o seu momento de glória, e que irá, sem dúvida, crescer quanto mais caos originar, podendo depois apresentá-lo como prova da sua razão.

PS2: Talvez valha a pena referir que sempre contestei o conceito de "livre imigração" a que atribuo um multiculturalismo forçado pelo Estado Central. Agora, começo a reparar que alguns proto-defensores da "liberdade de circulação" (e perante um crescente anti-islamismo talvez inconsciente) começam a ter dúvidas.

Sendo politicamente incorrecto com os que reclamam por vezes ser politicamente incorrectos, fica a lembrança que "livre imigração" e "multiculturalismo forçado" é o que está na origem do conflito "Estado Judaico" e Árabes (e a disputa pelo monopólio territorial), pelo meio com ajuda do intervencionismo internacional das potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial (por sinal, "expulsas" no meio do terrorismo de ambos os lados). Talvez possa ficar de aviso que "multiculturalismo" (forçado) e "monopólio territorial" são conceitos apenas vagamente compativeis e que a médio longo prazo os resultados podem vir a ser os que já se observam nesse conflito: todos têm razão e por isso mesmo se destroiem mutuamente (afinal de contas, a lição que a Grande Guerra devia ter deixado ficar mas que é ignorada).


PS3: o jogo pelo bom senso é conhecido: quem o tem é que tem a responsabilidade de conter pelo seu exemplo, a falta de bom senso da outra parte. Mas quem tira partido e explora a falta de bom senso do outro, é de todos, quem menos bom senso demonstra.

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