quinta-feira, 1 de março de 2007

Hobbes em terceira versão

poder pleno, supremo, universal e livre , Pedro Arroja no Balsfémias

Continua a confusão entre autoridade proclamada por um chefe de Igreja e a sugestão velada de analogia com o poder político.

Mas a autoridade da ICAR é bem maior, porque quem se submete o faz voluntáriamente, apesar de não ser coerciva... do que o poder do Estado apesar de compulsório.

O cidadão desdenha dos comandos legislativos e escapa deles sempre que pode mesmo sob ameaças de criminalização, etc. O crente sustenta a sua igreja, financeiramente e por submissão, apesar de ser pecador e de a nada estar obrigado.

Um patrão-accionista tem poderes absolutos na sua empresa. E muitas a ou a maior parte das vezes é assim que os casos de sucesso empresarial são construídos até que o crescimento e sucesso acabe por obrigar á partilha de procedimentos do poder interno, sistemas de equilíbrio, etc.

O poder político pode até ser muito virtual, conseguir grandes feitos (tipo construir uma grande Império fora enquanto internamente a liberdade é muito razoável...). Mas este é poder, aquela é autoridade. Ao poder pode ser reconhecida autoridade pelas qualidades que possa eventualmente demonstrar no exercício das suas perrogativas. Uma autoridade civil, digamos, sustenta-se no longo prazo apenas pelas qualidades reconhecidas.

A propósito, ler

The Vatican as a Free Society

Legal Order and Political Theology
By Carlo Lottieri (University of Siena and Istituto Bruno Leoni)


“[Jesus] Nihil egit vi, sed omnia suadendo et
monendo” (St. Augustine, De vera religione)
“Let us consider what a church is. A church,
then, I take to be a voluntary society of men,
joining themselves of their own accorder in
order to the public worshipping of God in such
manner as they judge acceptable to him, and
effectual to the salvation of their souls.
I say it is a free and voluntary society
” (John
Locke, A Letter concerning Toleration)


This paper on Vatican City has the purpose to analyze its peculiar elements, related to its small dimensions and especially to its historical origins and nature (not primarily ‘political’, but ‘religious’). Topic of extraordinary importance per se, Vatican City is even very stimulating for the scholars interested in finding experiences and models of a social order without coercion, based on the respect of the rules necessary to protect individual natural rights and to guarantee legitimacy. In fact, if these features miss, a legal system is only a criminal and aggressive organization.

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