sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Escalada?

Vamos ver quem tem o bom senso para tentar conter os conflitos dos outros em vez de contribuir não só para que o conflito tenha lugar mas também para se envolver nele (isto é, evocando o domínio do Estado para este envolver todos) e envolver todos nele - o pecado da Grande Guerra.

Suspeito que vamos começar outra vez ouvir falar de "appeasement", uma teoria que tira conclusões como se a história tivesse começado com a WWII, esquecendo o "antes", nomeadamente o pecado da Grande Guerra. Essa teoria também esquece o que se passou "depois" da Segunda Guerra. É uma teoria curiosa. E depois ainda têm a capacidade de chamar " revisionistas" como quem fala de "negacionistas", a quem tem a veleidade de o lembrar.

A demo-teocracia parece ter resvalado para o lado "demo" ao eleger um Presidente não "teocrático". Conflitos com origem em disputas sobre "status-quo" territoriais e rivalidades étnicas-religiosas são transformados em "lutas de civilização" por apelos demagógicos e imprudentes. O Presidente do Irão terá feito o que se calhar o Presidente da Siria nunca faria e ainda menos os monarcas absolutos daquela região. Também será raro algum não-democrata usar das técnicas populistas com a intensidade da invasão e mudança de regime no Iraque que faz lembrar a evocação de legtima defesa para a invasão da Polónia (num caso e noutro a vitória foi conseguida num punhado de dias e com a resistência irracional de uns quantos dada a desmesura de meios).

A vontade popular nestes casos está longe de ser uma boa referência. Neste caso não seria aconselhável ouvir a vontade popular do Irão (como o não seria no caso da Alemanha de 1939, nem na França quando se lembrou de ir ajudar o Czar, etc).

Em verdade, quase todas as guerras têm o apoio da maioria dapopulação das duas partes, independentemente dos regimes de cada um (democracias ou não). Por isso, e com mais frequência do que é geralmente atribuido, todas as guerras são democráticas.

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