"Ser adepto de causas politicamente correctas (como por exemplo ser anti-Bush) não deveria ser critério para merecer ganhar um prémio de literatura."
Em primeiro, lugar ser contra a guerra do Iraque não é uma causa "politicamente correcta", mas sim apenas "correcta". Os argumentos usados por uma boa parte da esquerda é que são falaciosos e por vezes vezes contraditórios com muitas das suas próprias posições (ex: Sérvia, etc). Pinter não parece (realço "parece" porque não conheço em detalhe) estar incluido nesse tipo de argumentação.
Em segundo, o seu mérito próprio parece não estar em causa (isso inclui as felicitações por um insuspeito Havel). Portanto, quanto muito podemos atribuir alguma coisa a alguma notoriedade acrescida pelas posições assumidas.
"Que alguns liberais achem que sim, só vem evidenciar até que ponto têm a sua visão distorcida pela oposição à política externa dos EUA (ou será pela ideologia anti-neoconservadora?)"
São muitos os que têm visão distorcida então. A começar pela total distorção da realidade e até da história pela visão revolucionária neocons que infelizmente conseguiu que depois do fim pacifico da guerra fria (ao contrário das suas previsões) os EUA embarquem numa perigosa extensão adicional da sua doutrina de defesa que parece passar por estar presente em todos o mundo e em todos os problemas do mundo. Um passo que antecede normalmente o fim de uma qualquer império.Concluindo: não se devem tirar conclusões a partir das suas próprias conjecturas. Isto é, que o critério politico foi "a" causa para o prémio e que por causa do prémio, estamos todos a concluir que esse deve ser um critério. O principal neste campo será concluir se deveria ter deixado de ganhar o prémio por causa das suas opiniões. Podemos imaginar um prémio de literatura entregue por uma fundação proto-neocons. E o que sairia de lá.
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