Joao Miranda pede Comentários a poopósito das respostas estatistas ao seu "O que eu acho interessante é que a esquerda, tão pronta a acreditar na autoorganização da matéria, tenha tanta dificuldade em acreditar na autoorganização da economia."
Quando se fala de uma ordem espontânea do capitalismo esquece-se que na verdade existe uma regra ética absoluta que a rege:* o direito de propriedade: do individuo e do seu livre arbitrio em estabelecer contratos, da soberania sobre recursos honestamente adquiridos e da sua livre troca.
O comentário contido no post: "Adenda: em muitos aspectos, uma economia auto-organizada por pequenos grupos de pessoas, interagindo com outros grupos, numa estrutura em rede ate' poderia ser muito interessante. A verdade, porem, e' que nao fazemos ideia alguma quais os passos necessarios para tornar possivel que essa estrutura emergir de forma espontanea"
Primeiro : a "Escola Austriaca" desde à mais de 100 anos que estuda as leis que governam a acção humana - Praxeologia, do qual a ciência económica é apenas uma disciplina.
Segundo: Sabemos os passos necessários e as consequências (apesar do paradigma do centralismo social-democrata da modernidade): conseguimos observar esse poder regulatório do capitalismo em muitas áreas pouco reguladas: a informática/internet e em todos os campos de inovação cientifica e empresarial no qual o estatismo demora razoavelmente a produzir sequer uma linha de regulação, só o fazendo quando a própria indústria já está auto-regulada e reivindicando depois inutilmente a sua necessidade. Até no campo da Justiça: o "Direito Maritimo" emergiu privadamente, assim como a actividade de Arbitragem Privada começa a cada vez ter mais expressão no domínio do litígio civil e comercial.
Terceiro: É um pouco irrelevante o que um observador possa refletir sobre o resultado de uma economia e ordem social livre porque qualquer tentativa de a modificar só é possivel por dois meios:
1) o apelo violento a usar recursos coercivos (impostos, força) para modificar essa ordem natural - é o que se passa com o proteccionismo de esquerda (anti-globalização) e direita (nacionalismo industrial), criminalizam a escolha voluntária da população da compra de produtos fabricados fora do território nacional (e isso sim , devia ser um acto passivel de julgamento criminal!)
2) a tentativa de fundar por meios voluntários uma comunidade que obedeça ...voluntáriamente a essa visão (e para o qual desejo a maior sorte, eu próprio acho que devemos escolher os nossos "condomínios" de modo a podermos viver segundo as nossas próprias preferências).
PS: É falso que o capitalismo conduza a carteis e monopólios. É o próprio "design inteligente do Estado" que os cria e até incentiva. A palavra Monopólio aparece com o advento do Absolutismo (e que procurou acabar com as liberdades antigas da Idade Média). E aparecem porque entenderam aconceder MONOPÓLIOS LEGAIS a determinadas famílias e industriais.
E se assim o fizeram é porque entendiam que a economia livre não permitia que eles se formassem. Portanto, acabem lá com a histórias dos monopólios capitalistas. São e serão sempre Monopólios do Estado.
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