quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Capital, lucros e salários

Dizem que o capitalismo é um sistema de lucro, mas quantos negócios conhecemos nós que deram prejuizo e fecharam. Quem não tem conhecidos, amigos, familia e experiências própria de envolvimento em projectos falhados?

Mas afinal qual é o papel do capitalista (dentro da "irrelevante" teoria de capital da Escola Austriaca)?

O capitalista (hoje em dia, o aforrador é já a quase generalidade da população), fruto da sua poupança acumulada (via abstenção de consumo - coisa que anti-capitalistas parecem por vezes dizer que é coisa nobre mas os seus economistas por vezes fazem crer que provoca recessões...) permite que os assalariados recebam adiantadamente, " receitas" de algo que ainda está a ser produzido, ainda não foi vendido e no qual existe risco de não conseguir sequer ser vendido.

Se não existisse capitalista, os trabalhadores teriam de esperar que todos os recursos usados da produção fossem construidos, a produção iniciada, o produto acabado, colocado à venda e esperar que seja comprado para depois sim, receber o seu salário.

Os lucros não normais (se é que tal coisa possa ser definida) só são conseguidos (e quando conseguidos apenas temporáriamente até à entrada na indústria/produto de novos concorrentes) quando um empresário consegue antecipar necessidades e desejos do consumidor de tal forma que estes voluntáriamente e de bom grado pagam um preço acima do custo "normal" de produção (ex: computadores e telemóveis na inicio do seu ciclo de negócio).

Mas depois é o seu próprio sucesso que determina o seu fim... excepto quando o Estado se lembra de erguer barreiras à entrada, embora o que seja normal é fazê-lo para proteger indústrias maduras. Na sua infinita "hubris", o estatismo acaba a perseguir e penalizar os casos de sucesso (interferindo na disseminação dos incentivos a mais investimento e mais concorrência) e sustenta (barreiraà entrada, protecionismo, subsidios) os casos de insucesso ou em decadência acelerada (impedindo a redistribuição dos factores de produção para as indústrias que mais precisam deles) para prejuizo de todos.

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