terça-feira, 27 de abril de 2004

Os anti-islamo-fascistas fazem-me lembrar...

...(que, suponho fazem incluir nesta expressão as monarquias do médio oriente, porque, sabem, D. Afonso Henriques era fascista)...a esquerda europeia contra os américa-do-sul-e-asio-fascistas (apoiados pelas políticas externas das democracias-ditas-liberais durante dezenas de anos, etc.). Ambos apressados em condenar o ritmo próprio de quem tem outras prioridades (ou não está disposto a pagar o custo de uma mudança apressada) que uma desordeira atribuição do poder ao povo (por mim o poder devia era ser dado à Lei).

O problema é que suspeito que a AlQaeda e outros desejam também a queda de todos os islamo-fascismos e monarquias do mundo árabe e muçulmano, tal como uma parte da esquerda mais soviética, desejava a queda de outros fascismos.

Mas diga-se que condeno tanto os excessos dos apoios - como por exemplo o golpe de estado no Irão dos anos 50 para derrubar um presidente eleito e colocar um déspota ocidentalizado que acabou por fomentar a reacção inversa da revolução islâmica de khomeny e que por sua vez levou à "necessidade realista e emergente" do apoio de Saddam na sua guerra contra o Irão - como condeno os excessos do intervencionismo em nome do combate ao comunismo (vietname/cambodja, etc),

mas

condeno também as tentativas de influenciar regimes (não propriamente as posições de princípio), apoiar oposições, a favor da democracia (ou será social-democracia?).

e

entre a primeira e a segunda, ainda assim, a primeira tinha pelo menos a guerra fria como pano de fundo.

e então o que fica?

"Comércio livre com todos, alianças com ninguém (vá lá, pelo menos poucas e boas e directamente relacionadas com os interesses nacionais de longo prazo)" e um prudente exercício da política externa e que deve ser ainda mais redobrado na utilização da capacidade militar fora da função defensiva da soberania nacional (na verdade o sistema proto-milícia dos Suíços – e o seu verdadeiro federalismo, impede na prática, muitas tentações – era suposto os americanos serem um pouco como os Suíços, na verdade foram-no durante bastante tempo).

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