Tiago Mendes no DE consegue representar em poucas palavras várias falácias sobre o estatismo:
Deve o Estado subsidiar o preço dos preservativos? Que política sobre SIDA? "A decisão sobre o uso do preservativo é uma decisão feita num ambiente de incerteza. A escolha depende basicamente da avaliação dos custos financeiro e hedonista face ao benefício duma menor probabilidade de adquirir o HIV. Sempre que alguém usa um preservativo diminui a probabilidade sua ou do seu parceiro de contágio. Mas não só. Diminui também a probabilidade de contágio de futuros parceiros de ambos. E dos parceiros desses parceiros. Este efeito “bola de neve” significa que existe uma “externalidade” positiva para futuros parceiros. A forma de corrigir esta “falha de mercado” é subsidiar a actividade que a gera. Tal como se justifica subsidiar os atletas que representam um país – pelos benefícios auferidos por terceiros – também se justifica o subsídio aos preservativos. Estes devem ter um preço quase simbólico, ainda que não nulo, de forma a evitar o desperdício.(...)"
Nota:
Já agora porque não definir todo o bem que fazemos a nós próprios como uma externalidade positiva de todos os outros. Somos bem comportados, estudamos, trabalhamos honestamente, etc? Não será isso uma externalidade positiva para toda a "sociedade"? Não deveriamos subsidiar o "bom comportamento"?
Faz-me lembrar o exemplo comum usado por parte (cada vez menor, espero) dos economistas para falar das externalidades: as barragens. Parece que é um problema que algumas possam, de alguma forma, beneficiar de "borla" com as decisões económicas de X, por isso, devemos obrigar Y a participar e a pagar.
Mas desde quando é que vem mal algum ao mundo pelo facto de (ser suposto... porque podem ser feitas muitas considerações sobre quem de facto beneficia ou não) alguém beneficiar com acções de terceiros. Por acaso gostariamos que fosse ao contrário? E isso é suposto justificar o... Estado? O que seria bom é que fosse possivel que o maior numero de pessoas pudessem beneficiar o máximo com as acções de uns quantos.
No caso da SIDA o caso até é mais fácil, em cada acto de risco, as pessoas tomam uma decisão cujos efeitos (os bons e os maus) recaiem sobre as duas de forma voluntária.
A "sociedade" arranjará formas de reagir, seja pelo provável aumento do valor das relações de fidelidade e monogamia e outras.
Claro que ao "Estado" o que se quer é: "nós" queremos que o nosso padrãode comportamento sexual actual se mantenha intacto e para isso exigimos que o Estado distribua preservativos, porque sem isso, sou "obrigado" a tornar-me mais "conservador".
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