O CN lá volta a falar dos neoconservadores num tom crítico (Aquilo é que é uma mania que ele tem!...)
Mas o que motiva o seu post (aqui) é Edmund Burke, e o facto de um artigo sobre Burke ter sido publicado na revista Nova Cidadania. Em primeiro lugar é preciso notar que o facto de esse artigo estar lá não indica que a revista esteja ou queira associar Burke ao neoconservadorismo ou aos neoconservadores. O tema principal da edição é esse (o neoconservadores), mas isso não significa que todos os artigos sejam sobre esse tema, como aliás o prova o facto de se incluirem outros aritigos sobre temas variados, comentários a livros, etc.
Mas eu li o artigo sobre Burke (do JPC) e achei bastante interessante. E quanto a essa eventual associação, que o CN tanto repudia, eu tenho opinião diversa.
É certo que Burke era um conservador (o Pai do conservadorismo moderno, para muitos), mas isso não implica que não fosse um combatente pelos seus ideais, e pelos valores que defendia.
Como se sabe, Burke lutou com grande empenhamento por várias causas - pela destituição do Governador da Índia e em defesa dos direitos dos indianos, em defesa dos direitos dos católicos na Irlanda, pelo aumento dos poderes do Parlamento britânico contra as intenções autoritárias do Rei, contra a Revolução Francesa, entre outros combates. Num deles, o da Revolução Francesa, ele foi tão intenso na sua luta, que isso lhe custou o lugar de deputado, e levou mesmo a que durante muito tempo, os seus pares o tivessem considerado louco. Mas, mesmo assim, nunca desistiu de lutar por aquilo que ele achava certo, pelos valores em acreditava.
Em suma, era um conservador mas um lutador. (Não poderemos dizer algo de semelhante dos actuais neoconservadores?)
Não quero com isto dizer que se Burke vivesse hoje teria as mesmas ideias que os neoconservadores. Mas também me parece que as ideias simplistas que o CN nos apresenta sobre a matéria são um bastante tendencisosas.
O que tem a dizer o nosso LAS ?
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