A questão está mal colocada. A Grande Guerra no seu todo foi a responsável, não os pormenores, ainda que importantes, da forma como terminou. Sobre isso falei aqui e aqui.
O comunismo e o nazismo saíram precisamente da política de alianças, responsável que um pequeno conflito localizado (em causa estava o terrorismo da Sérvia) fosse desaguar num conflito planetário que acabou com a velha Europa, claro que hoje em dia, tudo o que é Neo é que está a dar, portanto, alguns acharão que os milhões de mortes totalmente inúteis da Grande Guerra foram necessários para uma Novo mundo despontasse (é a chamada teoria NeoCons sobre a "Creactive Destruction").
Mas o resultado foi mesmo o comunismo, nazismo e a social-democracia. E estas despontaram na medida em que as monarquias desabaram. A Guerra faz estas coisas. Destrói não só o património e vidas, mas também as invisíveis linhas civilizacionais que são tecidas pelas tradições e costumes.
Quanto ao iliberalismo da época: Porventura saberão quanto era a carga fiscal na época? Sabem qual era o tamanho do sector público? Sabem que a moeda ainda era moeda? A Alemanha continha vários Principados (era uma Federação - esse sistema mítico dos Hayekianos que tudo resolve) e a Áustria uma monarquia Dual.
Na Rússia, Lenine apareceu precisamente a prometer a paz e um mundo novo - e essa mensagem só passou porque as populações assistiram à destruição daquilo que lhes era familiar, ficando receptivas à Utopia.
Culpar o Czar, a Prússia, as monarquias, de tudo e mais alguma coisa, não será um discurso um pouco Jacobino e esquerdista?
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