Não podia estar mais de acordo com este post no Valete Frates:
"Far from being the 'peace warriors' described in one report, the UN inspectors have for the past 12 years held a gun to Iraq's head. Their relentless 'search and destroy' programmes ensured that Iraq remained top of the international agenda, while their reports provided the US and British elites with the moral authority to take action against Iraq as and when they pleased."
A ONU, como proto-governo mundial multilateral (está portanto, na mesma área de negócio do proto-governo mundial unilateral neocons), contribuiu efectivamente para todos os eventos. A sua linguagem de agradar a todos e a nenhum, típica de um orgão multilateral (de facto, prefiro ainda assim a linguagem de assumidamente não agradar a nenhum típica de uma decisão unilateral - posso é não concordar com essa decisão) acabou por contribuir para aquilo que, parece, queria evitar...ou talvez não.
As sanções económicas (ver o dossier "Sanctions: The 12-Year War Against the Iraqi People" na Future of Freedom Foundation) destruiram a classe média iraquiana e puseram a população ultra-dependente do regime, e as suas consequências que tentam sempre minimizar apenas contribuíram para a percepção da ONU como parte ofensiva (admiraram-se do ataque terrorista à ONU em Bagdad?).
A Clintonesca "tudo pela ONU" Mad Albright, afirmou mesmo numa entrevista na TV que passou em todo o Médio Oriente, que as sanções ainda que podendo agravar a mortalidade infantil e mortes de crianças , "valiam a pena". Ora, qual foi o resultado de 12 anos de sanções económicas? Uma população já de si oprimida internamente passa também a estar oprimida externamente. As sanções, de um ponto de vista liberal, nunca se justificam. Nem em Cuba, nem no Iraque.
Em resumo, os que pensam escudar-se de tudo, na capa de desresponsabilização moral da ONU, esqueçam.
Ao menos as iniciativas unilaterais aumentam a responsabilidade e os custos de quem as toma, e assim, para as tomar, são pelo menos bem ponderadas e mais fácilmente corrigidas.
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