sexta-feira, 10 de outubro de 2003

WTO

nota: Alt/corr

Vindo do Intermitente, uma referência a um texto da www.foreignpolicy.com, que sendo pro-WTO, não significa necessariamente pro-Free Trade. É uma peça que representa bem o bias e a forma de pensar de liberais que acreditam que o caminho mais curto para a liberdade económica é promover grandes instituições públicas, e quanto maiores melhor.

Think Again: International Trade

"Why have disagreements between rich and poor nations stalled the global trading system? Because vapid debates over “fair trade” obscure some inconvenient facts: First, notwithstanding their demands for equity, poor countries are more protectionist than advanced economies. Second, if rich nations cut their self-defeating agricultural subsidies, their own publics would benefit, but consumers in many poor countries would not. Finally, despite criticisms to the contrary, the WTO can help promote economic development in low-income countries—but only if rich nations let the global body do its job."

Pontos:

1. “Rich Countries Are More Protectionist Than Poor Ones”

Não é bem verdade que seja "false". Os países ricos certamente são menos proteccionistas nos produtos e serviços em que são e serão por muito tempo mais eficientes.

O problema é serem proteccionistas precisamente nos produtos e serviços em que os países pobres alguma vez poderão ambicionar exportar em pé de igualdade com os países ricos.

E a verdade é que em muitos aspectos os países ricos são muito mais regulamentados que os países pobres (nem que seja, porque nestes, o Estado não funciona - o que tem as suas vantagens).

E é esta regulamentação que querem obrigar a ser adoptada pelos países pobres, onde a sua capacidade competitiva vem precisamente de não ser regulamentada! Principalmente o mercado de trabalho, ambiente, etc. E contra isso, os países ricos, alegam que estão a fazer dumping social, o que claro, não pode ser permitido pela WTO.

2. “Freer Trade Increases Poverty in the Third World”

Falso se for aplicado. Verdade, se não o for, verdadeiramente. Mas se existir a "Freer Trade", a WTO não é necessária para nada.

Uma dos pontos onde não é aplicado é seguramente na imposição da chamada "propriedade intelectual"aos países pobres, que afasta os produtores locais de reproduzirem qualquer método ou patente dos países ricos. E como sabem, existem já hoje em dia, patentes para tudo e para nada, ficando pouco para outros fazerem, mesmo que tenham descoberto algo pelos seus próprios e exclusivos meios. Mas com foi "registado" num qualquer lugar, passa a cometer um crime mesmo que não o saiba.

Ora o que se pergunta é: porque não pode um industrial, que não fere a propriedade física de terceiros, tentar reproduzir e por à venda um qualquer produto similar? As patentes não têm substancia no direito natural, são a criação forçada de um monopólio artificial e quem mais sofre com esse mais que duvidoso direito são os países pobres.

3. “Agricultural Protectionism in Rich Nations Worsens Global Poverty”
Tentar refutar esta é de homem. Mas é o que autor faz que tenta provar que "Not necessarily".

Parece que os subsídios aos produtos agrícolas fazem os preços mais baratos (a quem os não pode comprar de qualquer forma, porque nada consegue vender)...portanto, os países ricos, serão de uma maneira ou outra, os únicos para quem o proteccionismo é benéfico para todos.

Bem me parecia.

4. “Poor Countries Should Not Open Their Markets If Rich Countries Maintain High Trade Barriers”

É verdade que é "one big mistake". A abertura unilateral dos mercados é o caminho a ser seguido por todos os países, e para isso não precisam da .... WTO.

5. “The World Trade Organization Harms Poor Countries”

Pois, como é possível pensar em tal coisa!

Conclusão: o Comércio Livre define-se de forma simples - a liberdade de qualquer ser humano contratar ou comprar um qualquer serviço ou bem com origem em qualquer produtor. Tudo o que é necessário é abrir as fronteiras. Nada mais. Se conseguimos acabar com a escravatura, seguramente, conseguiremos abster de proibir as mercadorias de circular.

Sem comentários:

Enviar um comentário