Em jeito de uma primeria resposta (a aprofundar) a " The Anarcho-Libertarian Utopia — A Critique " Ecrit par Drieu Godefridi (Institut Hayek) , indicado por AA em A Arte da Fuga, e com origem no seguimento do desafio de Patrícia Lança:
"Segue um interessante texto sobre libertarianism. Creio que ajudara a quebrar o quase-monopólio neste blogue duma determinada e bastante minoritária corrente cujo conteudo e estilo tendem a sufocar qualquer debate."
Com a nota que já comentei por diversas vezes que a "teoria anarco-capitalista" ou de "Ordem Natural" constitui uma espécie de Tratado Geral do Liberalismo para o qual existem sub-condições particulares (o minarchismo é uma condição particular ao enunciar, no fundo, que o exercício do Direito e Segurança não pode ser contratado, tem de ser imposto sob a forma de monopólio territorial) e a sua discussão não tem em nada que "sufocar" qualquer debate, e constitui sim, uma espécie de "batedores"/investigadores que procuram explorar todas as consequências de uma plena sociedade civil, de contratos voluntaríos e da capacidade da sua defesa.
Como digo, é um aspecto que merce uma discussão pontual e que já indicou e precedeu muitos caminhos (rothbard, friedman, barnet) que se verficam já em pleno com:
* o crescente peso do sector securitário privado
* a explosão da actividade de tribunais arbitrais
* e crescente oferta pela actividade seguradora
* a existência de condomínios comerciais (centros) de grandes dimensões, onde tratam da segurança, cobram taxas (as lojas) para a boa manutenção patrimonial e da ordem interna
* a existência de condomínos residenciais também com cada vez maior dimensão que auto-financiam e auto-regulam (assembleia geral/estatutos/regulamentos) todo o espaço comum e até impõem condições prévias a quem deseja comprar um espaço.
Aqui vai:
* A Ebay é um mercado estabelecido e gerido por desconhecidos residentes numa outra jurisdição legal, e cujo capital está disperso por titulares residentes nas mais diversas ordens legais.
* Compradores e vendedores estabelecem contratos e efectuam compras e vendas na ordem dos biliões, desconhecendo-se entre si, situando-se em diferentes juridições legais e muito afastados geográficamente.
* O sistema de entrega é feita por terceiras partes, assim como o sistema de pagamentos é em parte baseado num sistema de pagamentos ("PayPal") não bancário.
* O mercado funciona essencialmente baseado no simples método (desde há muito referenciado na teoria anarco-capitalista) do ... Rating (a que com o tempo adicionaram o serviço de "seguro" pela boa transacção, etc).
Assim, os maus "vendedores" e "compradores", vão sendo ostracizados, e os "bons" conseguem com o tempo captar confiança, o que lhes permite aceder a um maior volume de transacções.
É evidente que os "maus vendedores" conseguirão numa primeira ou segunda experiência causar alguma espécie de dano, ou no mínimo um mau serviço/produto, mas os compradores também aceitam o risco se decidirem arriscar a adquirir algo a um "vendedor" recente no sistema e sem histórico passível de verificação.
Mas o sistema aceita isso (como regras do jogo) e consegue progredir até ao ponto em que existe já uma enorme quantidade de contrapartes de confiança (e Rating reconhecido).
* Se juntarmos a isto, a possibilidade dos poucos problemas pendentes poderem ser (ou vir a ser) resolvidos em Tribunais Arbitrais (se antes disso, não existirem já "seguros" accionados, para prevenir danos causados e os custos de futura litigação) cujas partes acordam recorrer préviamente em caso de litígio, e cuja aceitação da decisão do Tribunal e dos seus remédios/pena, constitui em si, também um dado histórico verificável futuramente (Rating Legal), e temos aqui uma Comunidade onde Ordem, Liberdade e Desenvolvimento se reinforçam mutuamente.
E sim, no fim, é suposto todas as partes (Ebay, Seguros, Transportadores, Sistema de Pagamentos, Vendedores, Compradores, Tribunais Arbitrais) terem ... lucro.
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