terça-feira, 23 de janeiro de 2007

A propósito de "The Origins of Totalitarianism", Hannah Arendt

Ainda não li o livro, falta minha. Mas parece que não é só a ligação entre o Estalinismo e Nazismo que é exposta (a propósito da qual se ouve sempre falar do livro). Retirei algures este comentário.

"there's Hannah Arendt's book "The Origins of Totalitarianism", but the link she made between the 20th century mass slaughters and 19th century imperialism never seemed to register with people"

É preciso ter presente que a Teoria do Império (que encanta Niall Fergusson e atrai irresistivelmente muitos) assenta apenas numa verdade passageira, que caminha sempre irresistivelmente para a destruição. Seja por dentro, seja porque os impérios atraiem a formação de impérios rivais. Mais tarde ou mais cedo, debilidades internas e a inevitável defesa da honra do império (ou seja, já não é a necessidade a funcionar) por um qualquer assunto menor, despoleta uma qualquer vertigem.

O que chamamos de civilização cristã foi ferida gravemente na Grande Guerra (e morreu na Segunda?), que se tornou inevitável pela própria lógica dos Impérios. Todas as partes tiveram culpas mas ninguém assume as dela. Era mais fácil fazer abdicar (Woodorw Wilson...) o Kaiser e os Habsburgos (depois da guerra - e Woodrow Wilson ... - ter induzido à queda do Czar permitindo a tomada de poder por Lenine e Trotsky) e colocar nos alemães todas as culpas numa cláusula imposta por mais de 6 meses de bloqueio alimentar à população já após o armistício e deposição das armas, "espalhando-os" por vários países. Se não fosse o motivo da Aústria querer combater a Sérvia como Estado terrorista, seria outro (mas, curioso, de que lado é que os "aliados" ficaram?).

O Estalinismo e o Nazismo foram filhos do confronto suicidiário entre Impérios.

PS: O moderno estatismo social-democrata os seus netos. E foi Bismarck numa Alemanha unida federalmente por sufrágio (a forma de retirar a soberania às cerca de 30 unidades políticas soberanas, ente Principados/etc, que constituía a alemanha) universal masculino (coisa que os ingleses já só fizeram - infelizmente - apenas no séc. seguinte) a introduzir os primeiros passos do Estado Social. Somos "todos" herdeiros de Bismarck?

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