terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Destaques

1. CIA soube em 1999 identidade de terrorista que viria a pilotar avião no 11 de Setembro

Nota: O mito que o Estado nos defende melhor do que ninguém. Talvez a única causa directa (as indirectas têm formulações mais complicadas como a dos Estados acharem que é da sua competência perseguir políticas externas que conduzem a que os seus cidadãos sejam objecto de ódios alheios) seja a proibição pelo governo federal de os pilotos e as companhias de aviação tratarem como entenderem da sua segurança a bordo.

2. Patrões pedem menos impostos para relançar consumo e investimento privados

Nota: Não. Devemos pagar menos impostos porque isso diminui a totalidade do nossa produção colectada coercivamente para financiar serviços que não se sujeitam à liberdade individual. E com isso o resultado provável é uma maior crescimento económico. Por outro lado, é uma contradição afirmar que é para aumentar o consumo e a poupança (investimento).

3. Irão: Revolução Islâmica Celebrada com Arte Britânica

A revolução que se deu contra um regime déspota (ridiculamente ocidentalizado) possível pela intervenção da CIA ao depor um Presidente eleito democraticamente nos anos 50 alegando a sua intenção de nacionalizar a indústria petrolífera - que foi exactamente o que fizeram os Britânicos nessa altura. Mais tarde combatidos por Saddam, ajudado por bem sabem quem.

4. Ontem, Há 60 Anos, Por JOSÉ MANUEL FERNANDES

Nota: José Manuel Fernandes fala abertamente sobre os tchetchenos e as dificuldades que passaram e passam. Agora pergunto, quando David Frum e Richard Perle falam no combate ao terrorismo em todo o mundo isso quer dizer que devem os EUA combater directamente os tchetchenos? Mas porquê? Porque querem ser independentes? Como se julga em termos absolutos moralmente todo o tipo de terrorismo quando se sabe que é um infeliz táctica que foi usada para muitos conseguirem as suas causas (Irlanda, Israel, a independência dos EUA, etc.)? Mas os julgamentos sobre a violência em si podem e se calhar devem ser sempre feitos, quer dos terroristas, quer das acções dos Estados. Errado é querer tomar parte nos conflitos de terceiros e ainda por cima com a pretensão de uma superioridade moral absoluta. Ainda pior é com isso querer justificar uma guerra permanente evocando a procura uma paz permanente.

5. Está a Europa Tomada de Novo pelo Anti-semitismo? Por VITAL MOREIRA

Nota: Existe hoje um anti-anti-semitismo (assim como um anti-anti-americanismo) que passa muito para além do razoável os timings que usa, nos argumentos simplistas e fáceis que dispara. Muito dele é mesmo estranho. Quando nas presidenciais francesas Le Pen (e ainda Pim Fortuyn na Holanda) avisava contra a imigração árabe descontrolada, foram capazes de jogar a cartada anti-semita quando os atentados que se verificavam e verificam ainda hoje, são de árabes. E serão os árabes anti-semitas? E serão os tchetchenos anti-russos? Jogar a cartada racial misturando-a com conflitos e disputas territoriais e de soberania é o maior contributo para que a questão racial acabe mesmo um dia por vir a ser uma realidade.

Numa nota final diz uma verdade incómoda para muitos (estou a lembrar-me por exemplo das certezas de Vasco Rato e Luis Delgado no dia seguinte à exposição de Powell na ONU): "2. Os que apoiaram a justificação americana da guerra do Iraque deveriam ter visto o programa 60 Minutos, da CBS, que passou este fim-de-semana na SIC Notícias. Devastadora a desmontagem da tese da ameaça iraquiana e das armas de destruição maciça. Verdadeiramente patético é rever as "provas" apresentadas por Colin Powell ao Conselho de Segurança das Nações Unidas há um ano, particularmente as fotografias, fazendo passar um barracão de recolha de veículos por uma instalação nuclear e carros de bombeiros por "veículos de descontaminação"! O império está a ser governado por possessos..."

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