Foi uma pequena maldade esta minha posta, porque a explicação dada por LR no Mata-Mouros quanto à questão da não disponibilidade imediata de um depósito bancário está inteiramente certa, dado o sistema monetário vigente. Também é certo que:
"A melhor alternativa consistiria talvez na obrigatoriedade de os Bancos disponibilizarem informação sobre o funcionamento destes mecanismos. Mas seria ela “digerível” por toda a gente?"
Uma delas seria estar explicado que o depósito bancário é na verdade, uma operação de crédito, o que é evidente se pensarmos nos juros recebidos, em vez de um custo debitado pelas despesas de custódia do depósito.
Portanto, o meu comentário dirige-se em primeiro lugar contra um sistema que nos foi imposto pelo crescimento do grande Estado que saiu da Grande Guerra - o evento que em primeira ordem acabou com o padrão-ouro, por causa da necessidade de financiamento da guerra com notas que não tinham a correspondente cobertura a 100% por ouro - a que podemos chamar de financiamento por inflação monetária coercivamente imposta.
Este evento acabou por criar as condições para a crise de 1929 e levar ao fim definitivo de uma moeda livre - nos EUA Roosevelt declarou a posse de moedas de ouro como ilegal, estando sujeito a uma multa de 10 000 dólars ou pena de prisão até 10 anos.
Foram assim as pessoas obrigadas a aceitarem as notas ao valor facial estabelecido unilateralmente pelo legislador e adicionalmente impedidas de poderem reclamar a troca das suas notas por uma quantidade fixa de ouro.
Porque é que em todos os cursos de economia se fala do assunto com tendo sido algo de natural, tipo, uma escolha livre das pessoas, em vez do reconhecimento que apenas assim o foi e é por decreto (fiat)?
A moeda deixou de ser uma escolha livre, o sistema bancário passou a corresponder a um cartel liderado pelos Bancos Centrais no interesse dos próprios e das razões de Estado (seja a manutenção de um império ou o estabelecimento de um república social-democrata).
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