sexta-feira, 6 de fevereiro de 2004

Aborto, pena de morte, propriedade, produção intelectual e Cherie Blair. E ainda Federalismo.

Parece que Cherie Blair considera que Bush viola os Direito Humanos (parece até que isso torna o seu mandato ilegítimo) permitindo a pena de morte no seu país (na verdade, a Constituição Americana deixa a cada um dos Estados essa decisão - um dos vestígios de um verdadeiro federalismo, porque na questão do aborto, o seu Supremo, erradamente, impôs a liberdade de aborto a todos os Estados - uma das provas que o federalismo é instável).

Agora digam-me lá, porquê os defensores da liberdade absoluta de "abortar" falam em "o meu corpo é meu, a minha propriedade" e são os primeiros a ter uma concepção que em geral condiciona a propriedade em tudo o resto? E porque são os primeiros a condenar a pena de morte de criminosos, como se tal fosse um crime, e a morte de inocentes por nascer, é uma mera decisão individual? Isto para não falar na sua estrita concepção proprietária da sua sagrada produção intelectual.

Aliás, vou mesmo resumir o pensamento da esquerda:

1) Aborto: o meu corpo é meu e quem eu mate dentro da minha propriedade só a mim me diz respeito

2) Pena de morte: Viola o direito humano do criminoso (como a culpa é da sociedade, como pode esta matar um inocente?) e a vítima nada pode exigir (nem a aplicação proporcional ao crime).

3) Propriedade: Condicionada ao interesse colectivo, que é defendido por mim

4) Produção Intelectual: tem de ser defendida exemplarmente pelo Estado (como o não faz pela propriedade), em meu nome e para meu proveito (e até a imposição de um preço mínimo!!!), a excepção, claro são as corporações que cobram preços altos e deviam estar condicionadas a um preço máximo!!

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