quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

Anti-anti-semitismo II

Escrevi a posta anterior ainda sem ter dado uma volta na blogosfera e deparar-me com um sem número de comentários a resvalar para o histerismo anti-pretensamente-anti-semita sobre Mel Gibson e o seu filme.

Com a mesma letra podia-se responder a (no Homem a Dias) "Jesus foi um entre os muitos milhões de judeus assassinados, num exercício anterior a Ramsés II e que se prolonga animadamente até hoje. Outros judeus, discutivelmente melhores, decerto igualmente humanos, morreram pela ‘morte’ desse particular judeu e pelo que calhou sem que se ouvisse um pio de indignação." com talvez um certo anti-Cristianismo, não?

Nota: sabe-se que foi a Aristocracia católica alemã, parte de origem Prussa, que tentou de dentro combater Hitler e até tentar um assassinato (trágicamente falhado). Também parece que os "aliados" recusaram qualquer ajuda. Interessante foi saber que Mussolini pediu a excomunhão de Hitler ao Vaticano. Também tentou ajudar a Áustria quando da sua anexação mas uma hipócrita Liga das Nações (constrúida para proteger o Status Quo do grande Império Britânico e Francês saído do desastroso Versailles) condenava-a por causa da sua presença na Etiópia.

Muitos e bem (pelo menos na direita liberal) denunciam a victimologia crónica nos EUA (e em todo o lado) para justificar a discriminação positiva dos afro-americans ou como David Horowitz da FrontpageMagazine para combater um anunciado pedido de indemnização aos negros pela escravidão, mas no que toca ao sofrimento dos Judeus parecem não existir limites à constante vitimologia usada quer para denunciar os criticos de Israel, da guerra ao Iraque, ou do traçado do Muro, ou de Mel Gibson, ou...

A propósito da Igreja e do que diz sobre a morte de Cristo e os Judeus (via LRCBlog)

But how long do we have to put up with the libelous baloney that the Catholic Church taught that "the Jews" were responsible for the Crucifixion, until the glorious dawn of Vatican II? Here's just one of the things that the Catechism of the 16th century Council of Trent had to say: "Men of all ranks and conditions were gathered together against the Lord, and against His Christ. Gentiles and Jews were the advisers, the authors, the ministers of His Passion: Judas betrayed Him, Peter denied Him, all the rest deserted Him."

E como aqui se diz, quanto mais tempo tem de passar a ouvirmos de como foi o Vaticano II que de alguma forma terá renunciado à culpa dos Judeus na morte de Cristo? O que é dito que TODOS foram culpados. Todos somos culpados.

Mas no discurso habitual Anti-"anti-semitismo" vemos como se tenta passar a ideia que um Católico tradicionalista crítico do C.Vaticano II óbviamente está a renunciar a tal renúncia. O que só pode significar anti-semitismo.

Parece que os Italianos têm mais razão de queixa pelas cenas anti-romanas.

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