No Cataláxia:
"Para um liberal, não pode haver meias tintas: ou defendemos o mercado livre e aberto ou defendemos um país mercantilista, com fronteiras fechadas e um proteccionismo agressivo em relação às importações. Por mim, não tenho dúvidas nem reservas."
Eu também não tenho dúvidas, só que um país pode ser soberano (e isso significa poder decidir unilateralmente as suas leis) e ter fronteiras abertas. Até um caso pode ser feito defendendo que os processos de integração política conduzem a que esse novo espaço mais facilmente feche as fronteiras com o exterior, porque menos dependente.
Por exemplo, a UE formou-se para que o proteccionismo agrícola fosse uma realidade, afectando precisamente os países mais pobres dependentes do comércio livre neste sector. Sem a UE o nível de proteccionismo existente no sector agrícola seria impossível ou difícil.
A integração económica não necessita de integração política. A globalização económica não necessita da globalização política. A liberdade económica precisa é de Estados menos intervencionistas, não de Estados maiores.
Acho muito bem a cooperação entre a indústria espanhola ou "europeia" e a portuguesa , a livre circulação de capitais e tudo o mais (mas com reservas quanto à “livre imigração”), a coordenação de decisões que infelizmente são decididas por governos e burocratas, mas as leis têm de ser decididas por nós. A nossa participação em tratados internacionais parte de um pressuposto: a capacidade última de dizer não. Defender essa capacidade não nos faz menos liberais.
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