O comunitarismo tal como está expresso no artigo é o "calcanhar de aquiles" da democracia liberal.
Na medida em que um Estado dito de Democracia Liberal é apresentado como o "state of the art" da organização social, mas também na medida que este tem de ter uma fronteira que define o grupo de pessoas que participa - imagina-se voluntariamente e por consentimento - em comum de um processo de decisão maioritário, não é possível negar que uma dada comunidade possa estabelecer a sua própria fronteira independente que defina um novo processo de "democracia liberal" e portanto o seu Estado independente.
E ainda mais quando pretendem legitimar um processo de integração política desde que 51 % dos votantes assim o determinem. Portanto, aparentemente 51% de um referendo pode tornar uma qualquer região independente.
Podemos assim imaginar uma comunidade muçulmana a fazê-lo em algumas regiões de França ou Alemanha, ou outro caso pode dar-se com uma comunidade portuguesa que rejeita o processo de integração forçado num Federalismo supra-nacional. Ou um Estado Americano desagradado com o crescimento do seu Estado Federal.
Claro que em resposta teremos todos os mini-Lincolns a pretender justificar que a integração é sempre legítima incluindo o uso das armas para a impor ou preservar e a secessão sempre ilegítima mesmo quando seja consensual nessa comunidade.
PS: Por outro lado, todos os Iberistas podem juntar-se ali para um qualquer espaço perto da fronteira e reivindicar a separação e associação a Espanha. No fundo, o que se passou com a Irlanda não está muito longe disso. Depois de anos de integração (imigração, etc.) mais ou menos forçada de ingleses, por pouco iam os Irlandeses perdendo a sua Nação - e ainda assim recuperaram-na pela força e abdicando de uma parte do território.
A Portugal valeu a quase inexistente imigração Espanhola e que se deve à sabedoria popular do "nem bons ventos nem bons casamentos", e por aqui, mais pela nossa população e não pelas elites, devemos a inexistência do Iberismo. Se temos problemas eles devem-se em primeira ordem à grandeza e centralismo do nosso Estado. Esse é o mal a combater.
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