segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Estatismo e Guerras

Lido no Insurgente, "The worst evils which mankind has ever had to endure were inflicted by bad governments. The state can be and has often been in the course of history the main source of mischief and disaster"- Ludwig von Mises

Parece-me que ainda custa muito a muitos aceitar que esta afirmação se mantém inteiramente válida, para não dizer, especialmente válida na história das guerras (conflitos entre Estados) que está escrita e propagada para mitificar a boa gestão e/ou a moral das decisões de Estado. Felizmente isso é cada vez menos verdade, sendo frequente a discussão quanto aos factos, interpretações, causas e consequências. A história só serve de lição quando é realmente história.

E no fim, apesar de trágico, não seria melhor concluir que muito do caos do século 20 podia ter sido evitado se existisse mais contenção e no final de contas, menos estatismo? Não é o Socialismo que é o extremo oposto do Liberalismo, mas sim o de uma sociedade totalmente submetida à lógica de um Estado em Guerra ("War is the health of the State").

E os factores de contenção são, entre outros:

- o reconhecimento que os problemas de fronteiras são disputas de status quo, em que uma das partes escolhe a mais recente e outra alguma mais remota.

- que os Estados-Nação com sistemas sociais mais estatistas têm o seu futuro económico limitado (razão primeira pela qual o comunismo desabou) provocando o descrédito desse regime.

- que cabe à população a responsabilidade de tratar do seu regime, com o qual, muitas vezes, largas faixas da população está de resto iludida (caso do comunismo) ou que interpreta como o mal menor (caso de ditaduras).

- que mesmo quando existe uma situação de ocupação, os ocupantes incorrem em custos muito elevados, quer os económicos quer os da reacção provocado pelos ocupados.

- que o livre comércio é o factor principal para um relacionamento pacifico, induzindo a sua necessidade às partes (os decisores) e às populações.

- que o envolvimento externo provoca reacções nacionalistas (o efeito, mais vale o " nosso" tirano ou demagogo que um estrangeiro ditar as suas preferências).

- que o exemplo preserva a autoridade moral, por um lado, e que as más experiências passadas devidas exclusivamente à própria inacção ou ilusão da população, constitui o factor de aprendizagem mais seguro no longo prazo.

- que um Sistema de Alianças tem um problema: é que servem para todas as partes, fazendo com que qualquer conflito minúsculo possa rápidamente transformar-se num conflito alargado e até mundial (caso da Primeira Guerra Mundial).

- que as guerras provocam mudanças sociais súbitas, e estas são depois inesperadas (caso do comunismo e fascismo que se seguiu à queda das monarquias): este é o argumento conservador pela prudência.

- que os políticos são com frequência sujeitos à tentação do uso do poder para idealismos: foi o caso de Woodrow Wilson na "WWI" para uma nova ordem baseada na Liga das Nações (o resultado foi Versailles) e com Roosevelt com a ONU (para o qual teve de conquistar Estaline, sendo-lhe concedido tudo e mais alguma coisa que o próprio nunca tinha pedido).

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