sábado, 15 de novembro de 2003
Monarquia só em regime misto...
Na linha do que já defendi nos textos sobre neocartismo, a minha posição favorável à monarquia hereditária resulta da preferência por regimes mistos (opostos a regimes de legitimidade única, democrática ou outra). Para qualquer pessoa familiarizada com a história da filosofia política, trata-se da grande linha definida desde os clássicos (nomeadamente Aristóteles) e reafirmada no grande debate do século XVII inglês, no qual o modelo da república democrática foi considerado (e rejeitado) pela maioria dos grandes intervenientes - incluindo autores "republicanos" insuspeitos como Algernon Sydney. Grande parte dos liberais europeus do século XIX (eu diria a melhor parte), como os cartistas portugueses, situavam-se assumidamente nesta tradição. Entre nós, Alexandre Herculano disse que era preferível existirem duas fontes de soberania (já que tem de haver soberania) do que existir apenas uma, já que assim nenhuma pode reclamar-se absoluta; e era evidente para pessoas sensatas como ele que as dinastias historicamente enraizadas nos nossos países concretos eram as únicas fontes de soberania e legitimidade que podiam coexistir com a soberania e legitimidade do sufrágio...
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