O artigo é de 1971, por isso não me parece que existam austríacos a perder muito tempo na crítica a Milton Friedman. Referenciei-o precisamente porque já tinha falado nas criticas à Escola de Chicago e quis documentar essas críticas.
De passagem, este foi responsável pela implementação da retenção do IRS, pela ideia dum rendimento mínimo garantido que baptizou de "imposto negativo", pela respeitabilidade no mundo dos liberais dos Bancos Centrais e o fim do que restava do padrão ouro com o default declarado por Nixon.
O crucial da questão, é que, de um ponto de vista estritamente anti-estatista "libertarian", mais do que as propostas socialistas da esquerda, são as propostas e teorias estatistas vinda de "liberais", que mais fazem para justificar e tornar respeitável o actual intervencionismo centralista em todos os domínios:
- Privatizam mas hiper-regulam através entidades para-estatais com competência proto-legislativa, executiva e judicial
- Aumentam o nível de nacionalização da função monetária ao como Mundell sugere, caminharmos para uma fiat-moeda mundial
- Liberalizam o comércio mundial com acordos de comércio livre com milhares de páginas, o que na prática acaba em: impõem a propriedade intelectual e a regulação do mercado de trabalho aos países pobres, criam barreiras pelo anti-dumping social e a regução ambiental, etc
- As externalidades servem para impor a gestão política em quase tudo
- O seu falso ideal e paradigma utópico de concorrência perfeita serve para mais uma vez "regular" a concorrência, aquisições, fusões, etc
- a proposta igualitarista, que faz crescer o papel do Estado, dos "Vouchers" de Educação
Conclusão: Como disse Mises numa reunião de Mont Pelerin em que se discutia as virtualidades do imposto progressivo (!!!) em que Milton Friedman participava: "You are all a bunch of socialists".
PS: e em última análise estas tricas e rivalidades alegram a nossa vida :)
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