O nosso amigo CN, no gosto que tem pelo revisionismo histórico relativo às duas guerras mundiais, esquece um aspecto importante e um aspecto importantíssimo.
O importante: que a secular luta da Grã-Bretanha (e de Churchill) para evitar a hegemonia de uma potência continental era absolutamente coincidente com a luta pela sobrevivência dos pequenos Estados do velho continente: não foi por acaso que a nossa independência esteve ligada, desde o fim da Idade Média, à aliança com a Inglaterra (1373). Por isso, obrigado Inglaterra por teres feito a vida muito difícil a Filipe II, a Napoleão e a Hitler (se para derrotar Hitler foi necessário dar alguma ajuda a Estaline, para não os combatermos ao mesmo tempo, foi provavelmente uma escolha inevitável).
O importantíssimo: o nazismo não era um regime "normal". Não se tratava de chegar a um equilíbrio político qualquer com a "Alemanha"; tratava-se de lidar com um líder e um partido que se apossaram de um país com uma ideologia maléfica e expansionista (pelo menos para Leste). O que aconteceu dentro da Alemanha em 1933-39 ou a partilha da Polónia (também antes da guerra) não foram pormenores sem importância, antes foram reveladores do carácter sinistro do regime hitleriano. Que serviam as garantias de respeito pela neutralidade belga? Já em 1914 essas mesmas garantias tinham sido violadas por um governo alemão bem mais civilizado...
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