terça-feira, 16 de março de 2004

THE PASSION

Também vi o filme no fim de semana e partilho a impressão geral da blogosfera civilizada de que é bom mas não é excepcional. O filme está bem no uso do aramaico e do latim (agradou-me mesmo muito) e na apresentação dos sacerdotes judeus como os grandes adversários de Jesus; de facto, eram estes quem tinha mais a perder com a pregação do Cristo, que viera (como a Epístola aos Hebreus bem explica) abolir o antigo sacerdócio e consumar a Nova Aliança, em que Ele próprio se tornou o "sumo sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec". A revisitação, digamos não censurada, da Paixão, com todo o seu sofrimento, saiu bem, sem demagogia de qualquer tipo, e é, em termos cinematográficos, um "fresco" contemporâneo que pode dar um valioso testemunho do Salvador a muita gente que não O conhece. Dito isto, achei curioso (e muito católico, da parte de Mel Gibson) dar-se uma tão grande centralidade às mulheres, nomeadamente a Maria, o que é um nítido esticar da "corda" dos Evangelhos (os Apóstolos eclipsam-se e até a mulher de Pilatos se torna personagem). De qualquer forma, o filme chama atenção para o brilho inesgotável do original, que apresenta a história em quatro versões (qual delas a melhor?).

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