terça-feira, 16 de março de 2004

Re: Two major blows to the Islamist terror?

Onde é que se conseque concluir que

"the removal of the Taliban and the Saddam dictatorship were two major blows to the
cause of Islamist terror
."?

A AlQaeda continua a actuar, com maior frequência e em todas as regiões do mundo

o Iraque hoje é um centro de recrutamento e convivência de terroristas

Os Taliban não eram propriamente os terroristas, o regime aceitava a presença de Bin Laden como um estrangeiro que era um herói nacional pela luta contra a União Soviética. Se perante as provas do 11/9 e algum tempo de negociação, iriam actuar sobre ele e os seus, nunca iremos saber, e se uma ataque mais direccionado e mais paciente feito por operações especiais teria sido mais eficaz, também não.

Hoje, temos mais um conflito permanente, com mortes diárias, envolvendo a NATO, para transformar uma nação tribal numa federação suiça, algo longe dos objectivos estritos de apanhar os culpados e de prevenir e combater o terrorismo contra o "Ocidente".

Saddam também não tinha ligações de cooperação com a AlQaeda e era um ditador de um estado secular e algo tolerante em termos religiosos (a até com as mulheres!). Bin Laden criticou-o inúmeras vezes tal como fez e faz com os próprios monarcas Sauditas (cuja deposição parece ser defendida por Bin Laden e os internacionalistas pela revolução democrática).

Dom Corleone (creio) no Padrinho aconselhou a “ter os amigos próximos e os inimigos ainda mais”, o que se fez foi substituir um inimigo bem conhecido e vigiado por um desconhecido e que escapa à lógica da relação (quer política, quer militar) entre Estados.

Na Europa conseguiu-se:

- a divisão europeia por uma causa sem objectivos militares. O descrédito nos serviços de inteligência americanos e ingleses. A conclusão que foi afinal, na ditadura do Paquistão, que mais se fez para a difusão da tecnologia nuclear.

- o alargamento da AlQaeda à Europa, onde uma grande população muçulmana será vista como demasiado esclarecida (o vírus pacifista ex-militarista europeu?) e a precisar de ser abanada em direcção ao islamismo radical que pode hoje apontar para o mapa do mundo e indicar a evidência de quem ocupa quem e o que mais se ameaça (a Síria, o Irão - e o apoio à oposição e que inclui o grupo sediado no Iraque apoiado por Saddam, a Arábia Saudita e a sugestão da queda da monarquia e secessão do seu Estado).

6º A ameaça à democracia, o ocidente, não existe. Nenhum atentado terrorista "nos" ameaça, isso é por um lado, histerismo (será o lado feminino dos homens?), por outro, a sempre irracional tentativa de escalada de um conflito territorial local para uma guerra total civilizacional evocando motivos abstractos e alianças sagradas a serem evocadas ao menor dos motivos - a razão que pôs a Europa e o mundo em conflito total na Grande Guerra (pela simples razão de que a Áustria queria fazer a guerra à Sérvia pelo seu apoio ao terrorismo).

Por sinal, a nossa única aliança histórica é com Inglaterra, quanto a Espanha, a quem os EUA anexaram Cuba, as Filipinas, etc, sempre manteve relações atlânticas mornas até agora...onde pela mais objectiva das causas e de emergência militar, seria até compreensível, por exemplo...quem sabe, um novo Hitler.

Ok, podem começar outra vez a falar de Hitler e do appeasement quanto às suas reivindicações, cuja única conclusão devia ser reconhecer o problema de se darem "causas" às pessoas erradas.

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