sexta-feira, 12 de março de 2004

Re: MENOS LIBERDADE vs. MAIS SEGURANÇA?

Disse um americano: "Quem prescinde de um pouco de liberdade para ter mais segurança não merece nem um nem outro"

O Estado impede a sociedade civil de organizar a sua segurança, como o é a proibição dos pilotos e companhias de aviações em decidirem os meios e formas de protecção nos aeroportos e a bordo dos aviões.

E ainda podemos referir a proibição de discriminação privada como forma de prevenir certas formas de violência facilmente identificadas com grupos étnicos (profiling), e isso inclui a generosidade excessiva das políticas de imigração tendencialmente "livre" (activa ou passivamente) e "livre circulação".

E depois não podemos esquecer que na política externa e de defesa, como em todos os assuntos de governo do bem comum, têm essas acções legitimidade apenas na medida em que servem a população nas suas necessidades específicas de lei e ordem.

Quando a prudência é esquecida, e esse invisível e precário equilíbrio de legitimidade para governar ultrapassado, envolvem toda a população em objectivos político-militares confusos, pouco claros, tornando-a refém dos ódios alheios originados nos problemas de terceiros onde seria certo que quase nunca, uma acção privada de defesa, seria posta em prática voluntariamente pela população (nem em meios financeiros nem em vidas postas em risco) ou sequer parte dela.

Mais segurança contratualizada é mais liberdade. Mais segurança imposta unilateralmente à custa de menos liberdade é menos segurança. Se esta última é inevitável que o seja no cumprimento estrito desse contrato social de protecção específica da segurança da comunidade e nação e de nada mais, sendo as excepções muito bem justificadas.

PS: O terrorismo não é uma ameaça civilizacional - mesmo o pior dos atentados não põem em perigo, nem destrói, nem mata - o suficiente para ameaçar o que quer que seja. Um pouco de serenidade e objectividade faz sempre falta.

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