sexta-feira, 19 de março de 2004

Chamberlain invadiu o mundo

Está em todos os blogues e jornais do mundo e fazem comparações contra o terrorismo, que diga-se, era bom que acabasse em 12 anos como Hitler mas não que dure os "900 anos" que vamos continuar a falar dele sempre que tivermos de decidir entre guerra total e tentativas de a conter.

Todos apontam o ridículo em tentar fazer a paz e veneram Churchill por querer fazer a guerra (e assim o fez em todo lado do mundo e a todo o momento, incluindo nas colónias antes do virar do século, no Iraque nos anos 20 contra as tribos, etc), mas é preciso ter em conta que nunca perdeu a oportunidade de fazer a guerra, portanto, alguma, mais tarde ou mais cedo, acabaria por ter uma grande e boa justificação.

Chamberlain tenta um acordo, e por causa dos alemães Sudetas na Checoeslováquia (um dos vários países - várias nações, criados em Versailles - o qual esqueceu os Kurdos) os quais votariam provavelmente a 90% pela união com a Alemanha.

Agora, qual era a alternativa? A declaração imediata de guerra nesse preciso momento à Alemanha? Mas não chegaria já de se entregarem boas causas às pessoas erradas instigadoras das más causas? Se a guerra tivesse começado nesse momento, por causa de uma modificação ao Status Quo de Versailles, isso não seria, mais uma vez, reforçar no povo alemão, a injustiça com que tinha sido tratado?

Como resultou, deixou poucas desculpas, e a legitima defesa é de isso que se trata, deixar o outro perder a razão. Por outro lado, ficamos a saber que se faz a guerra quando tudo o mais falha.

Mas e depois, que tem isso tudo que ver com o terrorismo, já para não falar, que tem que ver o apoio ou não no Iraque com o combate ao terrorismo? Agora tem, dizem, porque, agora, sem Saddam, o terrorismo está a crescer e pode tomar conta dos acontecimentos.

Pois, têm toda a razão e o problema é precisamente esse. E Chamberlain não tem nada que ver com isso, pelo contrário.

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