Meu caro Olavo de Carvalho, o pior de Saddam foi nos tempos em que teve a ajuda da política externa americana que pensa fazer o melhor a apoiar ou desaprovar tudo o que vive neste nosso lindo planeta - se são democracias ou ditaduras tem sido irrelevante, o que nesse aspecto, até concordo, temos que ser realistas, toda a diplomacia o deve ser.
Desde o Golfo I e após esmagar uma revolta separatista Xiita incentivada pelos EUA, que até tinha estado bastante calmo. O pior para os Iraquianos foi a destruição da sua infra-estrutura e as sanções nos anos que se seguiram, que os colocou ainda mais dependentes de uma economia de guerra por mais de uma década. Saddam foi derrubado, e uns milhares de civis morreram mais, porque era um "pain in the ass" e o bom espirito texano que antes resolvia um assunto deste com um bom duelo, usou os recursos defensivos postos ao seu dispor para o resolver.
Não podemos estar sempre a apontar as boas intenções para justificar passarmos por cima da responsabilidade das populações em tratar dos seus próprios tiranos e sabemos da sabedoria popular e da história que de boas intenções está o inferno cheio.
Já viu que na União Soviética, no Império do Mal, não existiram perseguições em massa pela população aos seus próprios tiranos? Imagine que se tinha invadido a URSS (pondo de parte a questão nuclear) para os “libertar”, com a destruição da sua infra-estrutura física, administrativa, militar, civil, e mais milhares de mortes? Já viu a estupidez que tinha sido? Por outro lado, podíamos ter evitado fazer de Estaline o nosso aliado na Segunda Grande Guerra, que tal como Hitler, quis invadir a Polónia e acabou por obtê-la.
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