terça-feira, 13 de janeiro de 2004

Lord Acton

Nota: A Robert E. Lee foi oferecido o comando das tropas da União. Lee era o General com mais prestígio do exército da União (o seu pai era um herói da Revolução Americana). Deixando a fama, fortuna e o poder que lhe ofereciam, disse que não podia combater contra o seu Estado da Virgínia e aceitou o comando da Confederação. O seu General em campo Stone Jackson disse também : "I love the Union, i Love Virginia more" (Wasghinton também era da Virginia).

Lord Acton escreve a Robert E. Lee, November 4, 1866

"It cannot have escaped you that much of the good will felt in England towards the South, so far as it was not simply the tribute of astonishment and admiration won by your campaigns, was neither unselfish nor sincere."
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I saw in State Rights the only availing check upon the absolutism of the sovereign will, and secession filled me with hope, not as the destruction but as the redemption of Democracy.
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Therefore I deemed that you were fighting the battles of our liberty, our progress, and our civilization; and I mourn for the stake which was lost at Richmond more deeply than I rejoice over that which was saved at Waterloo."

Assim, como compatibilizar o Lord Acton federalista com a sua Causa Sulista?

O Federalismo tem argumentos muito válidos, principalmente para a sua aplicação interna - é uma forma extrema de descentralização e self-government localizado.

Podemos isso mesmo observar da pacífica (mas com um forte "exército civil") República multi-linguistica-religiosa que perdura desde o séc. 12 - a Suiça, separados mas juntos (sítios há em que as "freguesias" protestantes e católicas são redesenhadas sempre que por exemplo um católico adquire uma propriedade de um protestante - uma lição para o conflito do médio-oriente?), um governo federal mínimo e sujeito a referendos localizados, com os Cantões com poderes de veto para políticas nacionais.

Outra condição prévia do Federalismo deve ser a capacidade de separação (secessão) - razão da fortíssima expressão de Lord Acton: "I mourn for the stake which was lost at Richmond more deeply than I rejoice over that which was saved at Waterloo."

E o que dizer do federalismo supra-nacional? Prudência extrema deve ser usada neste caso. Sejam quais os factores ímpares que tornaram possível a Federação Suiça, um deles será vertamente a sua pequena dimensão, outra é a construção ser de baixo para cima e não o contrário.

Já para transportar o Federalismo para um conceito de eleições gerais multi-nacionais é algo que precisa de maior prudência e reflexão, porque não é o mesmo, tratar de culturas homogéneas ou de uma dimensão geográfica e humana diversa e extensa.

Como se determina a legitimidade de um governo? Mesmo que um referendo permita a existência de um governo federal supra-nacional, estarão as linhas invisiveis (e talvez mágicas...) que ligam o sentimento de legitimidade de um povo ao poder que as governa automáticamente definidas, com estabilidade? Nem mesmo aqui ao lado, em Espanha, não têm a certeza que, mesmo com toda a estabilidade e identificação nacional que é dado pela monarquia, o "fim da história" tenha chegado.

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