"Com um livro e um ensaio, duas figuras maiores do movimento neoconservador deram públicos sinais de descontentamento com o curso da política externa dos Estados Unidos. Na verdade, não conseguem mais escondê-lo. E, deste modo, confirmam o que várias movimentações recentes indicavam: a influência dos neoconservadores diminuiu na Administração Bush, eles estão em fase de eclipse."
Mas será pelo aumento monstruoso da despesa pública?
Pelo programa do Medicaire?
Preocupados com o deficit orçamental e a dívida pública?
A queda do dólar?
Subsídios e proteccionismo industrial?
Não. Por que está atrasado no programa da "global democratic revolution", de acções militares sem "Guerra Justa", soberanias limitadas, ocupações, ajuda a grupos dissidentes aqui, derrube de monarquias ali, promover a secessão acolá (Taiwain, província oriental da A.S.), combater a quem luta pela secessão acoli, desenvolver e instituir pela ameaça do seu uso de (mini-WMD) um apartheid de armas nucleares, defender o purismo étnico religioso de um estado "judaico" mas implementar a livre imigração e multi-culturalismo no resto do mundo. Desenhar Constituições e plantar Federações Suiças em solo tribal. "Hubris" em estado puro. Permanent war for permanent peace.
Tenho saudades dos velhos impérios - cresceram empurrados pela busca de novos recursos e interesses comerciais, pela coroa e pelo cristianismo. Agora temos o império do bem empurrado por uma corte de ideólogos, uma espécie de centrismo militarista e nacionalista sem nação, e por isso, chauvinista contra todas as nações e culturas que não correspondam ao seu ideal de sistema social, e por isso, sem a paciência necessária para fazer o tempo e o comércio livre produzir os seus efeitos civilizadores. Apressados e bem intencionados e por isso mesmo, perigosos.
Qualquer semelhança com Edmund Burke, Voegellin, Oakshott, os Founding Fathers, é pura coincidência. O problema do poder é sempre o mesmo, se o temos porque não usá-lo? Quem o tem para fazer o bem, também o tem para fazer o mal, seja sua intenção ou não. O Federalismo Americano começa a falhar, a república hesita na vertigem do império enquanto a cristalização do poder é visível (um consenso demasiado consensual). Aconteceu com Roma e nas suas cinzas tivemos séculos de obscurantismo (e da ameaça muçulmana de sobrevivência do cristianismo). Hoje talvez seja a Asia que espreita.
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