VITAL MOREIRA escreve contra a lei de interdição de símbolos religiosos "ostensivos".
E sabem que mais? Que maior argumento contra os "cheques educação" do que constatar que esta lei também pende sobre "...escolas privadas financiados pelo orçamento público, do ensino primário e secundário".
Façam o que quiser com o ensino público mas deixem o privado ser privado, livre e desregulado.
Agora quanto ao conteúdo, Vital Moreira reflecte e expõe três vias:
1) "Entre um modelo "comunitarista", que deixa preservar a identidade própria das comunidades imigrantes, com locais privativos de residência, escolas e igrejas próprias, etc. - e que acaba por fomentar o isolamento e a segregação cultural, incluindo a criação de verdadeiros guetos"
2) "...e um modelo de assimilação cultural, que visa nacionalizar "à outrance" as comunidades imigrantes, é evidente que a França pende claramente para a segunda perspectiva. A proibição do véu islâmico nas escolas não é mais do que essa rejeição da diferença e desse anseio de anulação das identidades comunitaristas."
3) "Mas existe uma terceira via, que fomenta por um lado a integração e a coesão social, mas que respeita a diversidade e a manifestação das peculiaridades das diversas comunidades. Nesse aspecto, a escola pública constitui o lugar-chave para a realização dessa perspectiva."
Que via deve ser a nossa? Aquela que respeita a livre escolha e direitos de propriedade das Escola. Esta é a via da livre associação nos locais detidos legalmente pela "associação", nos quais o direito de regulamentar e até excluir são legítimos. E esta, corresponde provavelmente à via "comunitarista". Vital Moreira fala de Guetos depreciativamente, mas vamo-nos lembrar que por exemplo, no caso dos Judeus, durante a sua atribulada história na Europa (bem mais atribulada do que no Médio Oriente sob o domínio Otomano – os seus problemas agravaram-se precisamente com a passagem para o domínio dos impérios europeus na zona), os Guetos (com origem medieval) e Judiarias foram ainda assim, espaços onde preservavam a sua liberdade religiosa e capacidade de manter a sua homogeneidade cultural, de costumes e até de aplicação das suas próprias leis. Mesmo após os maus tratos sofridos e a absurda expulsão ocorrida na península ibérica alguns locais conseguiram manter esta característica.
Os espaços comunitários são uma, ou até talvez, a maior defesa contra uma integração forçada estatalmente, transformando a diversidade numa mescla e pesadelo multi-cultural uniformizante e anulador, precisamente da diversidade humana.
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