Confesso que não percebo.
Aviz :
"No entanto, o Vaticano tem, neste campo — e ao contrário das organizações religiosas presentes no terreno —, uma política muito pouco aceitável: é contra a distribuição de preservativos por razões morais, e tem uma atitude muito tolerante com regimes ditatoriais que se desviam os fundos que recebem de países e organizações internacionais."
Mata-Mouros
"emanada pela mesma organização que reprova veementemente a utilização do preservativo"
Primeiro: A Sida é uma doença totalmente conectada com os comportamentos e escolhas das pessoas - não é o não uso do preservativo em si que provoca a disseminação da Sida, mas os comportamentos e escolhas as pessoas.
Segundo: Para que o comportamento das pessoas mude, é necessário que exista que advoguem precisamente isso - que é o que a Igreja faz.
Terceiro: Por não advogar o "preservativo", não quer dizer que, perante a situação de facto, não se procure minorar o sofrimento de pessoas com Sida.
Quarto: as patentes têm uma fraca justificação para a sua existência e parte dos preços praticados pela indústria farmacêutica deriva exclusivamente da atribuição de um monopólio artificial pelos Estados.
Quinto: e porque raio se refere a "tolerância a regimes ditatoriais" e etc e tal? (agora um espaço para um pouco de cinismo) Talvez a igreja tenha que passar a uma organização revolucionária com o objectivo da abalar as estruturas de poder e mudar regimes. Muito na moda hoje na DIREITA.
Talvez todos os habitantes desses países demonstrem uma "tolerância a regimes ditatoriais" alimentados pelas democracias ocidentais, os seus subsídios e o seu proteccionismo agrícola, não? Talvez a insistência a que culturas tribais e comunitárias copiem o grande, moderno e centralizado estado social, do tipo que distribui preservativos, seja também um dos problemas, não?
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