sexta-feira, 9 de janeiro de 2004

o Império

No Valete-Frates

"O Primeiro-Ministro afirma que Clinton acredita que o Iraque Saddamita possuia WMD. Esta notícia está a ter alguma eco a ní­vel internacional."
(...)
É o império neo-conservador nas palavras de Bill Clinton..."

É verdade, Clinton enganou-se (ou mentiu?), os Neo-Con também, e a administração americana também (e o primeiro ministro também). Não havia "Guerra Justa" e os Franceses, Alemães e Russos tinham razão (independentemente das suas razões de interesse) e as inspecções estavam a funcionar. Aliás, foi com Clinton que o império neo-conservador (com origem na esquerda) foi formulado (o intervencionismo humanitário, Kosovo, etc).

Fica apenas a teoria do prevencionismo e das revoluções democráticas e deposição de regimes induzidas por ingerência externa directa ou indirectamente - a escola que leva às ocupações temporáriamente permanentes, soberanias limitadas e bases militares americanas, da Nato ou da ONU, para protecção de regimes frágeis não auto-sustentados, e isso, meus senhores, é o império que, "da liberdade" ou "benevolente", não deixa de ser império.

Podemos estar a favor ou contra, mas é melhor falarmos abertamente sobre ele, a sua lógica, os seus custos e os seus proveitos, a sua moral, o seu ideal, as consequências previsiveis no curto prazo mas também no longo e a possibilidade das imprevistas, e no que a história nos pode ensinar (e não chega gritar Muniche-Hitler-Chamberlein a toda a hora, porque a Segunda Guerra Mundial surge depois de uma Guerra entre Impérios, iniciada por causa de um atentado terrorista e que se transformou num Guerra para "fazer o mundo mais seguro para a democracia").

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