sábado, 10 de janeiro de 2004

Historiador Judeu Defende "Limpeza Étnica" dos Árabes

No Público:

Benny Morris ganhou notoriedade, dentro e fora de Israel, quando publicou um livro ("The Birth of the Palestinian Refugee Problem") no qual descreve as operações em larga escala levadas a cabo pelos grupos de resistência judaica, em 1948, contra a população árabe da Palestina. Com ele nasceu a categoria dos "novos historiadores" israelitas, os que fizeram cair mitos.
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"O novo material mostra que muitos mais massacres foram cometidos por israelitas", disse Morris. "Para minha surpresa, até houve casos de violações. Nos meses de Abril-Maio de 1948, unidades do Haganah [a força que precedeu o actual exército] emitiu ordens operacionais frisando explicitamente que deveriam expulsar aldeões e destruir as suas aldeias. (...) O livro reforça a acusação contra a parte sionista, mas também prova que os que deixaram as aldeias [mulheres, crianças e idosos] foram encorajados [pelos líderes árabes] a fazê-lo."

Morris salienta que o primeiro chefe de Governo de Israel, David Ben-Gurion, defendia a "transferência" de todos os residentes árabes. "Tinha razão. Sem a expulsão dos palestinianos, nunca teria nascido aqui um Estado judaico."

Chocado com a frontalidade de um homem que há décadas "estuda o lado obscuro do sionismo", Shavit perguntou a Morris se ele se tornou um defensor da limpeza étnica. Resposta: "As expulsões de 1948 não foram crimes de guerra. (...) Quando a escolha é entre destruir ou ser destruído, é melhor destruir. Quando a escolha é entre limpeza étnica e genocídio - a aniquilação de um povo - eu prefiro a limpeza étnica. Um Estado judaico não teria existido sem a expulsão de 700 mil palestinianos." M.S.L.

Nota: Sendo provávelmente certo de que não existiria Estado Israelita se não fosse assim, sempre digo que o que lá vai lá vai. Só chateia a defesa da imaculada concepção do Estado, tal como o apoio histérico incondicional de um certo cristianismo fundamentalista (dispensionalists pelo armagaddeon). Todos os Estados nascem da força e os Israelitas souberam-na usar mantendo um estado democrático (possível precisamente pela "expulsão" dos árabes locais). Agora têm de saber fazer a paz. Os árabes também. Mas quem toma a iniciativa tem mais responsabilidades.

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